Quero despir-me
Por inteira, sem medo de errar ou sonhar.
Tudo isso baseado na inocência que já se perdeu há anos
Quero afogar-me em sorrisos maliciosos.
Ouvir o som daquelas gargalhadas espontâneas lançadas em momentos inoportunos.
Vou seguir essa loucura que invade a minha mente e me deixa um caco.
Emoção única, encarnada, na pele.
Assim como uma canção esquecida em um velho disco arranhado
Tudo muito clichê e muito revolucionário
Quero raspar a cabeça
Fazer uma tatuagem
E entrar para um convento
Como a maior prova de que nada disso me prende ou me faz alguém melhor.
Quero inventar meu próprio idioma
Ter uma banda de rock
E viajar pelo mundo inteiro.
Irei vestir-me de colombina em cada carnaval
E chorar na quarta feira de cinzas
Quero ter várias cartas de amor espalhadas pela casa
Uma cafeteira automática.
E um amigo gay
Só para ter por perto alguém que entenda mais de moda do que eu-
Terei amante em cada lugar do país e uma cama de casal só pra mim.
Procuro intelectuais, só para rir da cara deles ao confessarem que mal sabem fazer um ovo frito
Quero dançar o último sucesso da favela ao lado de McCartney
Vou dar aulas
E sempre que me sentir sozinha tomarei um porre de Chivas ou de 51 mesmo.
Ou irei a um lugar super trash dançar Strokes
Tudo isso com elegância e charme que só são vistos as sextas à noite na Portugal
Vou gritar feito louco
Porque talvez esta seja a minha origem e o meu destino
Vou construir uma casa e tocar zabumba
Ter um filho negro e morar na Venezuela
Fazer várias coisas intempestivas e sem sentido
Assim como esse louco,estranho e descompassado ferro velho
Que acaba de completar um ano.
Parabéns pra mim, pra você, pra ele e pro Procura-se
Que conseguiu sobreviver nesse “rooodamundo”
1 ano!